—Capítulo Um--
O Recomeço
Nuvens negras rodeavam os extensos jardins da mansão. O vento frio açoitava as janelas e inquietava as folhas. Os cabelos castanhos de Charles Xavier sacudiam para trás e para os lados, rebeldes, confusos. O vento que assoprava lhe causava calafrios, mas ele não se importava. Algo o perturbava internamente havia meses, e ele sabia que era uma questão de tempo até que seu prazo terminasse. Mesmo ali, na espaçosa varanda de seu escritório, cuja vista para os coloridos jardins de sua mansão era de tirar o fôlego, sentia-se apreensivo.
Ouviu alguém bater na porta e conduziu sua cadeira de rodas até sua escrivaninha. - Entre.
Uma jovem em seus vinte e poucos anos entrou pela porta. Tinha cabelos prateados como a lua, que lhe caíam até a cintura, e olhos bondosos, mas preocupados. Sua pele da cor de chocolate estava recoberta por um uniforme amarelo e azul, e em seu busto, um brasão com um "X" vermelho estava bordado.
— A previsão do tempo era de que hoje faria sol, Ororo.
— Ah... me desculpe. — Os olhos de Ororo ficaram tão brancos que não pareciam ser nada além de córneas vazias. De fora da janela, via-se que todas as nuvens diminuíam aos poucos, diáfanas, e quase imediatamente a luz do sol invadiu a varanda do escritório.
— Hank e Jonathon estão dando os toques finais no Black Bird. Amanhã pela matina já estará pronto para decolar.
Os olhos do professor desceram até o jornal que estava em cima da mesa de canto. Na manchete lia-se:
WILLIAM STRYKER FOGE DA PRISÃO COM AJUDA DE TERCEIROS
— Charles... — começou Ororo, mas foi interrompida.
— Sim. Está na hora. Peça a Hank para que prepare o Cérebro.
A mulher já estava com a mão na maçaneta quando Xavier a chamou.
— Ah, e Ororo?
— Sim? — Virou-se para o professor
Aquilo entalou na garganta de Charles por um tempo, até que finalmente saiu.
— Chame Forge ao meu escritório. E peça para ele trazer um barbeador.
Ouviu alguém bater na porta e conduziu sua cadeira de rodas até sua escrivaninha. - Entre.
Uma jovem em seus vinte e poucos anos entrou pela porta. Tinha cabelos prateados como a lua, que lhe caíam até a cintura, e olhos bondosos, mas preocupados. Sua pele da cor de chocolate estava recoberta por um uniforme amarelo e azul, e em seu busto, um brasão com um "X" vermelho estava bordado.
— A previsão do tempo era de que hoje faria sol, Ororo.
— Ah... me desculpe. — Os olhos de Ororo ficaram tão brancos que não pareciam ser nada além de córneas vazias. De fora da janela, via-se que todas as nuvens diminuíam aos poucos, diáfanas, e quase imediatamente a luz do sol invadiu a varanda do escritório.
— Hank e Jonathon estão dando os toques finais no Black Bird. Amanhã pela matina já estará pronto para decolar.
Os olhos do professor desceram até o jornal que estava em cima da mesa de canto. Na manchete lia-se:
WILLIAM STRYKER FOGE DA PRISÃO COM AJUDA DE TERCEIROS
— Charles... — começou Ororo, mas foi interrompida.
— Sim. Está na hora. Peça a Hank para que prepare o Cérebro.
A mulher já estava com a mão na maçaneta quando Xavier a chamou.
— Ah, e Ororo?
— Sim? — Virou-se para o professor
Aquilo entalou na garganta de Charles por um tempo, até que finalmente saiu.
— Chame Forge ao meu escritório. E peça para ele trazer um barbeador.
—Capítulo Dois--
O Sequestro
Era possivelmente o verão mais quente que a cidade de Nova York já vivenciara. O astral estava alto demais, porque as famílias aproveitavam para tirar as folhas do quintal e limpar a piscina. Praticamente todas as crianças daquela vizinhança estavam na rua, brincando, de roupa de banho. Ninguém percebeu quando o dirigível cruzou os céus.
Sábado. Três de julho de 2010. Sendo véspera do feriado da independência, enquanto a criançada trelava na rua, os pais arrumavam os enfeites vermelhos, brancos e azuis nas portas de suas casas. A festança na Times Square do dia seguinte era o motivo pelo qual as donas de casa saíam para comprar o vestido mais bonito para suas filhas. Distraídos com os seus iludidos costumes populares, não perceberam quando a comoção tomou conta das ruas do Brooklyn. Os primeiros agentes vestidos de preto desceram por cordas até os telhados das casas. Cada soldado localizava abduzia uma criança: abafava seus gritos com a mão e içava-lhe de volta para cima.
Curiosamente, havia um padrão estranho na escolha. Nem todas as crianças recebiam a atenção dos homens. Bobby Schwenk, o menino rechonchudo da rua de baixo, olhava pasmo enquanto do valentão de moicano, que estava prestes a lhe dar um soco, foi surpreendido por trás e erguido por uma corda até um dirigível. Mais algumas crianças aqui e ali eram pegas e levadas e, tão rápido quanto começou, o dirigível desapareceu. O bairro permanecia perplexo.
As manchetes de todos os jornais, obviamente, diziam:
"ONDA DE SEQUESTROS PELO PAÍS — STRYKER CONTINUA FORAGIDO"
Na manhã seguinte, os noticiários só falavam dos sequestros relâmpagos que eclodiram por todo o país. Duas crianças levadas de New Orleans. Quatorze de Wisconsin. Vinte e três de Nova York. E os números só aumentavam.
"Testemunhas afirmam", dizia o âncora do noticiário do Canal 5, "ter visto o dirigível, veículo utilizado nos sequestros, pousar e desaparecer em uma ilha na cidade de Denver, Colorado, onde a conhecida Usina Nuclear foi implantada há alguns anos. Coincidência ou não, o local descrito coincide com a antiga base de operações do agente foragido, o coronel William Stryker. Qualquer notícia sobre seu paradeiro, favor ligar para..."
A televisão fora desligada. Charles Xavier não precisava ter assistido àquela reportagem para saber onde procurar pelas crianças sequestradas. O Cérebro já havia lhe dado toda a informação que precisava. Localizou-os na primeira tentativa, graças a ele. Um potencial tão grande. Um mutante nível Ômega, definitivamente. Mas era apenas um jovem.
O Blackbird estava pronto. Charles precisava agir. Sabia que não podia perder mais tempo. Sabia o que precisava fazer. E sabia que quando se tratava de Stryker, coisa boa não podia ser.
Sábado. Três de julho de 2010. Sendo véspera do feriado da independência, enquanto a criançada trelava na rua, os pais arrumavam os enfeites vermelhos, brancos e azuis nas portas de suas casas. A festança na Times Square do dia seguinte era o motivo pelo qual as donas de casa saíam para comprar o vestido mais bonito para suas filhas. Distraídos com os seus iludidos costumes populares, não perceberam quando a comoção tomou conta das ruas do Brooklyn. Os primeiros agentes vestidos de preto desceram por cordas até os telhados das casas. Cada soldado localizava abduzia uma criança: abafava seus gritos com a mão e içava-lhe de volta para cima.
Curiosamente, havia um padrão estranho na escolha. Nem todas as crianças recebiam a atenção dos homens. Bobby Schwenk, o menino rechonchudo da rua de baixo, olhava pasmo enquanto do valentão de moicano, que estava prestes a lhe dar um soco, foi surpreendido por trás e erguido por uma corda até um dirigível. Mais algumas crianças aqui e ali eram pegas e levadas e, tão rápido quanto começou, o dirigível desapareceu. O bairro permanecia perplexo.
As manchetes de todos os jornais, obviamente, diziam:
"ONDA DE SEQUESTROS PELO PAÍS — STRYKER CONTINUA FORAGIDO"
Na manhã seguinte, os noticiários só falavam dos sequestros relâmpagos que eclodiram por todo o país. Duas crianças levadas de New Orleans. Quatorze de Wisconsin. Vinte e três de Nova York. E os números só aumentavam.
"Testemunhas afirmam", dizia o âncora do noticiário do Canal 5, "ter visto o dirigível, veículo utilizado nos sequestros, pousar e desaparecer em uma ilha na cidade de Denver, Colorado, onde a conhecida Usina Nuclear foi implantada há alguns anos. Coincidência ou não, o local descrito coincide com a antiga base de operações do agente foragido, o coronel William Stryker. Qualquer notícia sobre seu paradeiro, favor ligar para..."
A televisão fora desligada. Charles Xavier não precisava ter assistido àquela reportagem para saber onde procurar pelas crianças sequestradas. O Cérebro já havia lhe dado toda a informação que precisava. Localizou-os na primeira tentativa, graças a ele. Um potencial tão grande. Um mutante nível Ômega, definitivamente. Mas era apenas um jovem.
O Blackbird estava pronto. Charles precisava agir. Sabia que não podia perder mais tempo. Sabia o que precisava fazer. E sabia que quando se tratava de Stryker, coisa boa não podia ser.